Ticuqueiros

Carranca de Prôa (Barcarola)

Conto do sertão história de quem tem lembrança
De barqueiro que leva na esperança
O sonho de ser caçador

Barcarola segue reto seu caminho
No Chico de quem se encontra sozinho
Há sempre um bom protetor
Monstros e história emersos numa aquarela
Confusão de quem vê como janela
O espelho d'água mudar de cor

Barcarola, navegar
Oh carranca, arranca
O medo do pescador
Desse povo sofredor

Rezas e encontros a margem do São Francisco
Mulheres que choram lágrimas ruídos
Buscando um ser Salvador
Homens procurando um sonho numa barcarola
Entre mitos, lendas, fantasmas, histórias
Morrendo sempre pescador
Dragões enfrentando a fúria na prôa dos barcos
Leões devorando em miúdos pedaços
O medo de quem se arriscou

Barcarola, navegar
Oh carranca, arranca
O medo do pescador
Desse povo sofredor

Crianças soerguem num Chico turvo e toldado
Atacando sem ter nem um aparato
Serenando medo e horror
Voltam acenando alto-maré que levanta
Pescador que volta e vê na criança
O passado que ele deixou
Tudo começa de novo manhã que levanta
Pescador que morre e deixa na criança
A semente que ele plantou

Barcarola, navegar
Oh carranca, arranca
O medo do pescador
Desse povo sofredor